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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EXTREMOS




Acho que o meu pior inimigo sou eu mesmo.
Brigo com essa minha vontade de viver
E essa minha dependência de morte absoluta.
Como te apagar de mim,
Como não cometer os mesmos erros,
Deixar o passado no pretérito mais que perfeito
Escrever poesias de felicidade?
As pessoas não são felizes, sou um poeta
Carregado de tristeza e decepção
Sou um poeta sem vida aguardando um sopro teu.
Se fosse preciso encher um oceano com minhas lágrimas
Para que você pudesse me notar
Faria isso sem pestanejar,
Inundaria o mundo inteiro com minhas lágrimas
E construiria um barco só de amor.
Nele estaríamos somente nós dois,
Duas almas se completando com beijos ardentes
Se entrelaçando entre desejos e línguas
Lembrando que a distância era questão de tempo;
Agora sou eu quem vai cronometrar meus sonhos.
Tu não passas de uma ilusão
Onde todos os dias te bebo de gole em gole de imaginação.
Reconstruo-te como uma ponte para a felicidade
E só te peço que me dê à mão e me ensine a caminhar novamente, pois
Eu desaprendi com o tempo em que fiquei te esperando,
Mas eu sinto você em tudo.
Se fechar os olhos agora consigo te ver, é como se falasse comigo.
É como se tudo fosse maior que eu
E que o mundo todo dormisse para que somente nossas almas
Pudessem se comunicar.
É tanta tristeza assolando o meu coração que
Meu pensamento já deixou de ter razão.
Eu te espero chegar todos os dias e ai sim meu mundo tem sentido.
É tanta coisa na minha cabeça,
Que esqueço que existo,
Não sinto fome, nem frio, somente saudade...
Somente saudade...
Quando você chegar, vou usar minha melhor roupa,
Falar coisas perfeitas
Fazer tudo para você se sentir em casa.
Vou abrir as janelas e deixar entrar a claridade
Pois meu peito vai estar carregado de sobriedade
Para que nada dê errado.
Vou estar aqui a tua espera,
Vivendo na tua função
Sendo a coisa mais viva na tua alma.
Nesse dia eu vou nascer e morrer ao mesmo tempo
Pois não fui feito para viver a felicidade dos teus braços
Transitando pelos meus.
Fica somente meu beijo de saudade
A morte dos meus sonhos
Meus delitos e delírios de paixão.
Fica minha mão esperando a tua,
Meu lábio esperando nosso encontro
Minha paixão tão defasada de carinho
Minha expressão já cansada pelo tempo
Esperando a tua face.
Meu desgosto de viver sem ti
E essa completa impaciência de encontrar
O verdadeiro caminho para o sol.
Você!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Estudo da felicidade



Não quero discutir com a vida
Quero apenas conseguir vive-la
De forma inesperada
Onde possa correr contra o vento e
Sentir as gotas da chuva em meu corpo.
Queria entender as pessoas
E o modo como veem o amor.
Queria ouvir de uma qualquer eu te amo
Mas que fosse um eu te amo sincero
E não cheio de mágoas.
Queria um amigo presente
Mesmo que fosse em forma de pensamento.
Queria ouvir uma música
E me lembrar dos momentos bons que vivi.
Queria sentar somente para
Olhar a vida seguir o seu rumo.
Queria ter uma lista de pessoas
Que já passaram pelo meu caminho;
A partir dela saberia quem realmente me marcou.
Queria correr em câmera lenta
Para lugar nenhum...
Ou então sair desesperado para te encontrar
Mesmo que não saiba seu endereço.
Queria perdoar quem me fez mal,
Mas não consigo esquecer o tempo.
E infelizmente o tempo não volta.
Olho-me no espelho e a cada segundo
Vejo como era importante ter usado filtro solar, pois.
Cada ruga representa uma desilusão
E olha que são muitas.
No meu epitáfio vou escrever
Que deveria na verdade ter amado
Mais o que estava ao meu alcance,
Mas como uma águia sempre esperei o longe.
Nos epitáfios alheios escreverei como foi bom amar,
Não que seja um romântico a moda antiga
Mas que eu seja sim alguém com capacidade
Suficiente de reconhecer o que é o amor.
E que eu não ame apenas da boca para fora
Mas de boca para boca
De alma para alma
De coração para cérebro.
Quando me sentar para ver as estrelas
Saberei que chegou a hora de levantar voo
Levarei comigo apenas a sensação de ter esperado,
Esperei tanto que nesse misto de sabores
Chegadas e partidas
Beijos e beijocas
Sonhos e sonetos
Sempre esperei que realmente alguém
Bateria em minha porta
Com um sorriso escancarado de dentes e
Livrar-me-ia da apatia de
Sentar aos domingos a frente da TV
Para assistir há um programa qualquer
Apenas para completar o buraco da sua ausência
Mas me vejo transfigurado nas imagens
Do meu ser
E não consigo me reconhecer entre o aço e o vidro.