Páginas

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EXTREMOS




Acho que o meu pior inimigo sou eu mesmo.
Brigo com essa minha vontade de viver
E essa minha dependência de morte absoluta.
Como te apagar de mim,
Como não cometer os mesmos erros,
Deixar o passado no pretérito mais que perfeito
Escrever poesias de felicidade?
As pessoas não são felizes, sou um poeta
Carregado de tristeza e decepção
Sou um poeta sem vida aguardando um sopro teu.
Se fosse preciso encher um oceano com minhas lágrimas
Para que você pudesse me notar
Faria isso sem pestanejar,
Inundaria o mundo inteiro com minhas lágrimas
E construiria um barco só de amor.
Nele estaríamos somente nós dois,
Duas almas se completando com beijos ardentes
Se entrelaçando entre desejos e línguas
Lembrando que a distância era questão de tempo;
Agora sou eu quem vai cronometrar meus sonhos.
Tu não passas de uma ilusão
Onde todos os dias te bebo de gole em gole de imaginação.
Reconstruo-te como uma ponte para a felicidade
E só te peço que me dê à mão e me ensine a caminhar novamente, pois
Eu desaprendi com o tempo em que fiquei te esperando,
Mas eu sinto você em tudo.
Se fechar os olhos agora consigo te ver, é como se falasse comigo.
É como se tudo fosse maior que eu
E que o mundo todo dormisse para que somente nossas almas
Pudessem se comunicar.
É tanta tristeza assolando o meu coração que
Meu pensamento já deixou de ter razão.
Eu te espero chegar todos os dias e ai sim meu mundo tem sentido.
É tanta coisa na minha cabeça,
Que esqueço que existo,
Não sinto fome, nem frio, somente saudade...
Somente saudade...
Quando você chegar, vou usar minha melhor roupa,
Falar coisas perfeitas
Fazer tudo para você se sentir em casa.
Vou abrir as janelas e deixar entrar a claridade
Pois meu peito vai estar carregado de sobriedade
Para que nada dê errado.
Vou estar aqui a tua espera,
Vivendo na tua função
Sendo a coisa mais viva na tua alma.
Nesse dia eu vou nascer e morrer ao mesmo tempo
Pois não fui feito para viver a felicidade dos teus braços
Transitando pelos meus.
Fica somente meu beijo de saudade
A morte dos meus sonhos
Meus delitos e delírios de paixão.
Fica minha mão esperando a tua,
Meu lábio esperando nosso encontro
Minha paixão tão defasada de carinho
Minha expressão já cansada pelo tempo
Esperando a tua face.
Meu desgosto de viver sem ti
E essa completa impaciência de encontrar
O verdadeiro caminho para o sol.
Você!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Estudo da felicidade



Não quero discutir com a vida
Quero apenas conseguir vive-la
De forma inesperada
Onde possa correr contra o vento e
Sentir as gotas da chuva em meu corpo.
Queria entender as pessoas
E o modo como veem o amor.
Queria ouvir de uma qualquer eu te amo
Mas que fosse um eu te amo sincero
E não cheio de mágoas.
Queria um amigo presente
Mesmo que fosse em forma de pensamento.
Queria ouvir uma música
E me lembrar dos momentos bons que vivi.
Queria sentar somente para
Olhar a vida seguir o seu rumo.
Queria ter uma lista de pessoas
Que já passaram pelo meu caminho;
A partir dela saberia quem realmente me marcou.
Queria correr em câmera lenta
Para lugar nenhum...
Ou então sair desesperado para te encontrar
Mesmo que não saiba seu endereço.
Queria perdoar quem me fez mal,
Mas não consigo esquecer o tempo.
E infelizmente o tempo não volta.
Olho-me no espelho e a cada segundo
Vejo como era importante ter usado filtro solar, pois.
Cada ruga representa uma desilusão
E olha que são muitas.
No meu epitáfio vou escrever
Que deveria na verdade ter amado
Mais o que estava ao meu alcance,
Mas como uma águia sempre esperei o longe.
Nos epitáfios alheios escreverei como foi bom amar,
Não que seja um romântico a moda antiga
Mas que eu seja sim alguém com capacidade
Suficiente de reconhecer o que é o amor.
E que eu não ame apenas da boca para fora
Mas de boca para boca
De alma para alma
De coração para cérebro.
Quando me sentar para ver as estrelas
Saberei que chegou a hora de levantar voo
Levarei comigo apenas a sensação de ter esperado,
Esperei tanto que nesse misto de sabores
Chegadas e partidas
Beijos e beijocas
Sonhos e sonetos
Sempre esperei que realmente alguém
Bateria em minha porta
Com um sorriso escancarado de dentes e
Livrar-me-ia da apatia de
Sentar aos domingos a frente da TV
Para assistir há um programa qualquer
Apenas para completar o buraco da sua ausência
Mas me vejo transfigurado nas imagens
Do meu ser
E não consigo me reconhecer entre o aço e o vidro.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Poema curto III


Eu nunca me arrependeria de te amar.
Eu só queria ouvir da sua boca que
Me amas também!
É tão sufocante esse meu delirante jeito de amar
É tão inebriante essa solidão
Que me chama para a perdição.
Eu tentei ser alguém sem mágoas...
Tentei ser alguém assim...
Tentei ser alguém em especial,
Mas você nem percebe,
Você não me compreende nem por aqui
Nem por ali!
Me deixando largado
E eu te deixando e
Te perdendo e
Eu te esquecendo!
É torturante essa certeza
Transitando dentro da minha alma de que
Nunca terei você,
De que não posso nem imaginar um caminho ao seu lado.
Me perco no seu olhar
Mergulho na sua boca.
E tento morar entre seus braços
E nunca, nunca vou perder os seus momentos.
Mas você escapa de mim,
Você some nos meus sonhos
E mesmo assim não te esqueço!
Mesmo assim te sigo, te vejo, te desejo e te completo!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Poema curto II


Você foi surgindo na minha vida
Como uma febre queimando meu coração.
Foi ficando sem pedir licença
E eu propositalmente fui aceitando
Como quem recebe em doses diárias
Pedaços da sua alma.

O tempo foi me apresentando você,
Foi te mostrando, te incluindo em meus dias
E te dedilhando nas cordas do meu futuro.

Vejo você em todas as coisas que tem vida,
E se for preciso te enxergar em objetos inanimados
Busco no centro da terra um sopro de vida
Para nunca, nunca te perder... te esquecer.

Penso no nosso toque,
Nas manifestações de carinho.
Penso na sua voz tão doce ensurdecendo meu ouvido.
Suas palavras são como chuva forte
Lavando meu pensamento
E fazendo com que surja um ser completamente novo.
Acordo para te ver e durmo todos os dias pensando em você.

Quando se for anjo,
Leve um pedaço de mim.
Não precisa deixar nada teu,
Pois já te marquei em mim eternamente.
Leve de mim apenas as coisas boas e sempre que pensar
Estarei do teu lado
Para fazer o que for preciso.

sábado, 29 de outubro de 2011

À deriva


Meu ser está completamente à deriva.
É tão difícil conseguir reconstruir meu pensamento
depois de toda essa confusão mental
pela qual transito nesse ciclo de vida!
Sinto saudade do que vivi no passado
e muito mais do que vivo no presente,
além da paura de viver o futuro.
Quando será que vou saborear um
longo período de felicidade fértil?
Não consigo me livrar dessa passionalidade
como forma de vida.
E assim vivo cada minuto de forma exacerbada
e por ser assim (minuto a minuto)
espero que o meu redor se transforme
em um clone de mim;
das minhas ações, emoções e sentimentos.
Não busco a felicidade efêmera,
preciso galgar minhas expectativas
em formas mais duradouras.
É necessário erguer as paredes do meu ser
em sentimentos mais desprovidos de sucesso.
Estou caminhando junto a solidão,
conversando com a desesperança e
beijando a boca da perturbação.
Tudo o que consigo enxergar e observar
entre essa minha capacidade de ser
um ser humano é essa falta das
pessoas em saber amar.
É tão avassalador pensar nessa angústia,
é tão relevante as palavras aqui expressadas
que se alguém um dia as for ler
não chegará ao final.
Cortei as pessoas como se corta um pulso,
sangrei meu coração como se cuida de um câncer,
me sugaram tanto, tantos os meus sentimentos,
como aqueles bêbados de um bar
de quinta categoria esperando a próxima pinga
imersos no vômito de suas imaginações perdidas.
Busco nos desalmados meu espectro de sobrevivência,
derramo sobre a noite todas as queixas
desses artistas que moram dentro da minha alma!
Artistas sem lugar para apresentação
e que já estão com o aluguel atrasado.
Eles apenas permanecem por constituírem
partes do que sou hoje.
Todos são metades de mim,
fragmentos de algo já em decomposição e
é a partir deles que espero a salvação
quando mergulhar no esquecimento.

domingo, 16 de outubro de 2011

Picadeiro do mártir


É difícil desterrar o amor
Tirar de dentro e exterminar a dor.
É difícil extrair o pus de dentro da alma
Sonhar um sonho novo
Dentro dos pesadelos do outro.
É de forma sombria que se vive a vida
E se escuta o dia.
As conseqüências estão ai,
Postas a mesa
Como um cancro de alma
E um diabo na calma.
Foi cuspindo palavras que abri a porta
Da casa e fui entrando sem pedir licença.
Foi gritando que bebi a surdina
E cai na latrina da vida vazia
Da cachaça de todo dia
Eu brindo o futuro
Danço com a morte e faço da calma
A cama da alma,
A alma nua de uma pessoa pura
Onde pureza se marca com sangue, com lágrima e dor.
Vou brincando com a vida
Fazendo uma amarelinha do futuro
Desenhando as nuvens do céu
E pondo em prática o meu plano
De destruir a infância
Saboreando um devastador episódio
Da novela do ser humano.
Como os restos de análise como comida podre
Não consigo me acostumar com nada
Nem com a apatia de me ver eternamente
Apático a tudo que tenho sabedoria.
Eu lhe digo,
Pegue as ofensas, faça um misto de crença,
Bata tudo e beba como um licor que ofereça
Aos deuses, aos sem pudor, as putas, aos viados e os desvalidos.
Desavisados de um mundo sem pátria,
Desassossegados de um mundo sem cólera.
A grande trupe do picadeiro do mártir.
Um brinde!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

F.U.I


Sou passional sim em tudo o que faço.

Assumo, não precisa você me dizer!

Enquanto viver, estarei nessa minha qualidade passional de ser.

Farei da vida um grito de dor, posse ou de dentro da alma mesmo.

Se tiver que te bater ou me bater

Farei da minha capacidade de brigar uma das melhores coisas em mim.

Quem acabou com a minha vida foi você

O melhor foi me reerguer e te encontrar na sarjeta, nesse

Teu jeito desinteressante de viver, carregada de ilusões perdidas

De amores não vividos, ou então vividos

Da maneira mais sórdida, mesquinha e trocando em miúdos

Todas as traições discutidas com a boca suja de café.

Não estou mais aqui para entender

O que você quer me dizer e eu tenho que ouvir calado.

Você não passa de uma bonequinha de trapo

Sendo manipulado pelos que estão perto de você.

Longe, hoje, consigo ver que o sentimento mais puro

Que tenho em relação a você é pena.

Pena desse teu orgulho besta,

Desta tua orgia de sentimentos convencionais

Desse teu beijo frio

E dessa tua desesperança de ser alguém,

Deixando de ser você mesma para viver

O que os outros querem.

Não peço perdão por não estar errado,

Dessa vez sou eu que vou te esperar,

Falar na tua cara tudo o que penso,

E sair por cima da carne seca.

Nunca mais vai colocar sobre os meus ombros

As suas culpas.

Hoje sou melhor, mais ativo.

Pena você estar louca

E deixar o amor que sinto por você

Acabar dessa forma.

Vai então um conselho:

Viva essa tua merda de vida sem mim!

ACABOU

Com letra maiúscula para realmente

Não ter volta.

Não me arrependo de nada,

Nem dos momentos ruins ao teu lado.

Passou.

Éramos como um câncer,

Descobri rápido e graças a Deus

Fiz uma boa sessão de quimioterapia.

Fui.

domingo, 21 de agosto de 2011

EU!




Eu bebo para ficar alegre.
Eu bebo para ficar triste.
Eu bebo para poder te ver.
Eu bebo para poder gritar,
para poder te enxergar,
te amar e me deixar.

Eu bebo para me salvar.
Eu bebo para me mostrar
e assim te mostrar
o que realmente tem sentido.
Pena que isso não sirva para nada;
você não serve de nada.

Eu choro para ficar alegre.
Eu choro para ficar triste.
Eu choro para poder te ver.
Eu choro para poder gritar.

E no depressivo do momento,
no rio das lagrimas de minhas lamentações,
eu estarei lá de mãos dadas com a morte
sempre amiga e serpente.

Eu sofro para chegar até você
Eu sofro para você me amar de novo.
Eu sofro para lembrar que amei você.

Hoje é o dia.

Chego ao rio.

Ela me espera.

Ela me olha.

Eu a olho.

Nós nos olhamos.

Ela me pega em seu colo,
me leva para dentro do rio.

Eu a beijo no rosto.

Ela me suga a língua.

Eu mordo seu lábio.

Ela me joga no rio.

Eu bebo.
Eu choro.
Eu sofro.
Eu morro.
Por você!

Citação.






Eu não me chamo mais de José, hoje meu nome é composto por vários momentos, chegadas e partidas, sorrisos, dores e alegrias. É uma incansável busca para saber quem realmente eu sou, ou fui, ou o que ainda está por vir a ser. O que nunca vão poder dizer é que não tentei e não vivi. Pois a cada segundo fracionário do que chamamos tempo eu vivi incontrolavelmente. Não me arrependo de nada, apenas do que não conheço!!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desejos alheios da realidade

Para ler ao som de “Only Hope”






































Não sei de onde eu tiro
Essa minha mania de
Sempre trocar os pés pelas mãos.
Essa minha inconstante
Certeza de sempre fazer a coisa errada.
Essa explosão de sentimentos e sentidos
Que se tornou o meu cérebro.
Espero muito do ser humano,
Sempre me esqueço que ele
Também é racional e
Dia menos dia vai errar e me magoar também.
É como um clone dos meus piores desejos.
Tiro essa força de viver
Das pessoas que me cercam
Mesmo que elas não entendam isso,
Não entendam esse amor que muitos acham exacerbado.
Poderão dizer até que é um
Objeto de possessão
Como se meus pensamentos
Fossem alheios a realidade pela qual transito.
Nunca deixarei de amar,
Pelo simples fato de o meu amor
Não ser reconhecido pelos meus.
Na realidade a palavra AMIGO diz muito
Mais sobre mim
Do que uma noite fria cinza e chuvosa
Pode falar sobre nós dois.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Da vida sem métrica




Para ouvir ao som da música “Saudade” de Marcelo Camelo


Hoje estou me sentindo como uma música triste... Lenta.
Nos dias de chuva meu coração fica molhado
E minha mente obscura como as nuvens do céu.
Sou o violão sendo dedilhado com força.

Não espero mais nada das pessoas,
Não espero que me retribuam o que lhes dou.
Vivo da minha consciência e só posso
Admitir que como uma pessoa que perde
Perco a cada segundo que meus olhos
Enxergam um olhar de reprovação.

Não estou escrevendo para cobrar nada a ninguém,
Nem mesmo atenção.
A única certeza que posso ter dessa vida
É a minha solidão... Companheira mais sincera.
Às vezes penso no que vai ficar de mim...
Tenho medo de ser apenas chuva passageira
Na cabeça das pessoas que amo ou que um dia amei.
Tenho medo de não ser... Amado.

Essa música não sai da minha cabeça,
Sua melodia inferniza o meu coração,
E a sua saudade me faz refletir sobre a poeira do tempo
Que está no meu cérebro e eu não consigo varrer
Para longe de mim.

Acho que por muito tempo vivi a vida dos outros
Que de tanto me doar
A minha vida própria de estagnou.

Se pudesse escolher não viveria num mundo de incertezas
Onde a lei da maldade é o que impera.
Queria viver num mundo onde a lei seria amar
Amar incondicionalmente...
Amar...
Como se o amor fosse um cristal muito caro
E por isso fosse um perigo muito sério deixá-lo cair no chão.

Sinto ter que escrever, pois com certeza alguém vai ler
Essas palavras que deveriam ficar guardadas nas gavetas
Das poesias não escritas de minhas mãos sem digital.


Não consigo entender o ser que sou
E entender porque mesmo feliz triste eu sou.
É duro ter que colocar a cabeça no travesseiro com
A certeza de que no dia seguinte eu vou acordar.
E por mais que minhas frases sejam soltas e não tenham uma métrica
Cansei de ouvir que frases feitas não vão mudar o mundo.
Então só posso mudar o que penso e tentar...
TENTAR mudar o que apenas posso consertar.

Nesses dias de chuva só posso consertar
O concerto triste que habita meu coração
E me faz pensar no cérebro como algo que tem RAZÃO.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Poesia das coisas soltas de um poema sem dor



Quando dei por mim já tinha sido jogado aqui,
Sugado pelas coisas,
Inebriado por suas pernas como paisagem.
Era como se todos os olhos estivessem com suas retinas
Pairando sobre meu rosto que
Também olhava fixamente para um ponto distante daqui
Desse futuro medonho, estranho e quase interminável.
Sou de uma solidão tão inconstante
Que dos cantos onde guardei o mundo
Só restou a poeira da minha fatigada dor.
Seguro o peso do mundo sobre minhas costas
E ele nem paga o aluguel.
O que enxergo é algo que as pessoas não podem ver
Meu sentimento é escrotamente intenso,
Não sou vulnerável e nem minto o que não se pode ser omitido.
Desejo apenas um mundo confiável,
Uma pessoa de portas, mentes e corpo aberto.
Além disso, quero ser como a brisa leve do vento,
Uma dose forte de conhaque,
E ter a força de um espumante para continuar sobrevivendo...
E bebendo...
E sonhando...
E amando...
E amargando...
E beijando...
E correndo...
E me conhecendo!

terça-feira, 14 de junho de 2011

PONTO FINAL.




Para ouvir ao som de Ângela Rô Rô


Tudo na minha vida é muito intenso,
E por essa intensidade toda,
Torna-se um pouco cruel e devastador
Pensar em felicidade.
Acho que vou com muita sede ao pote,
Mas às vezes me esqueço que o meu próprio pote
É raso demais para absorver tudo o que querem me dar.
Hoje estou jogando muita coisa pra fora de mim,
Fazendo uma limpeza mesmo
Varrendo pra debaixo do tapete da alma
Um pouco de carinho, de afeto, de esperança, de palavras, de amor...
Escrevo o que as pessoas não gostariam de ler,
Escrevo como se fossem quebrar os meus dedos e aprisionar os meus sonhos.
Minhas palavras caem em cima das pessoas,
Como um turbilhão de pensamentos incansáveis.
Como fazer dessas frases soltas
Algo construtivo, ser um humano construtor de
Emoções, que a flor da pele fariam de você
A pessoa certa para estar ao meu lado.
Isso é loucura de jogar nas pessoas
As coisas que eu gostaria de gritar
É como um cancro devastador
De um câncer maligno que nunca vai melhorar.
Sou um ser humano feito de palavras e amor
Sou um pensador que vive das esperanças ocultas
De alguém que sabe o gosto de tentar e conhece
O sabor amargo de ter que desistir.
Quero apenas poder dizer que amor
É feito violão sendo dedilhado
Pelas mãos do autor de uma canção
Onde cada nova sensação vira nota
Escandalizada pela sinfonia da ilusão.
Todos nós somos poetas de um mundo devastado,
Sombras de alguém que já venceu.
Eu não gosto de nada...
Não gosto de ter que virar a cara para
Reverenciar as conveniências repletas de maus tratos
De quem nem senso tem.
Nesse caso nem eu...
Hoje sou uma página em branco
Sublinhada de títulos provisórios
Que em suas entrelinhas,
Só se escreverão frases de rancor, dor e ódio.
Não adianta poetizar o mundo e todos os dias trair as pessoas.
Ponto final.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Poesia




Só posso me defender com palavras,
Logo quero ser poeta,
Escrever frases feitas, porém perfeitas
Dentro do meu coração.
Quero ser poeta de um mundo solitário
De poesias inconstantes.
Quero ouvir minhas palavras
Saindo da tua boca.
Esse amor é feito navalha cortando meu peito,
Deixando-o como um espelho
Que se quebrou... Pedaços.
Apenas o que sinto agora
É um sentimento de liberdade
Por isso estou apenas tentando viver
Para correr contra o vento e num dia de chuva
Sentir sua água passeando sobre a minha pele
Como se fosse as suas mãos transitando em meu corpo.
Isso é sonho e tudo o que é sonho e meu, pois
As palavras se vão com o tempo...
Não sou poeta!
Sou um escritor dos meus pensamentos
Escrevo inspirado em alguém;
Sou apenas humano, já me perdi do Ser
Mas ainda acredito no que posso vir a ser.
Vivo então tentando,
Não ser o melhor do mundo... Mas do infinito.
Infelizmente sou finito... Um átomo.
Sou pequeno por fora, mas sinto a grande importância
Que represento para mim mesmo por dentro.
Não, não quero ser eternamente correto,
Quero ser politicamente poético.
A minha poesia sou eu
Transcrito letra por letra
Numa folha de papel, antes em branco,
E agora serve de rascunho para o
Ballet dos meus pensamentos.
Sou poeta porque quero ser,
Nasci para poetizar o mundo.
Apenas a poesia poderá concertá-lo.
Sou uma angústia em forma de correção.
Amo sempre o que é longe e escuro,
Exatamente o que sou?
Sou um poeta do amor,
Escrevo sempre pela dor da espera.
Espero tanto que me dá medo
De nunca encontrar a poesia certa
Para rimar com o meu coração.
Amo a poesia porque amo a flor
Amo a dor
Amo essa espera.
Sou poeta do mundo,
Onde as letras se perderam
Onde alguém as encontrou.
Sou poeta onde o rio corre contra a maré
E me leva para longe dos meus versos
Das minhas frases irônicas.
Um dia vou encontrá-las de novo
E aí serei poeta das minhas próprias poesias.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Erroneamente errado!


Entre todos os meus muitos defeitos, o maior deles é amar... Ser alguém perdido de amor no labirinto dos meus pensamentos. Sempre me envolvo errado e me perco ainda mais a cada dia. Vivo constantemente essa coisa de perder.Minha vida se esvai como os grãos de areia de uma praia deserta. Acostumo-me a cada dia que acordo a não saber amar, e sempre me desiludo em me apaixonar errado! Boa noite a todos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O lado bom de continuar


Se te pedir para me dar a mão

Espero que aceites o meu convite e

Deixe-me te levar para conhecer o mundo.

Em uma viajem só de nós dois

Te mostrarei em pequenas doses de beleza

O lado bom, bonito e gratificante de sobreviver.

De continuar sendo um sobrevivente nesse mundo

Com os olhos bem abertos,

Porque assim consigo ver a clareza da vida,

A clareza de tudo que consegui realizar.

Se amei ou deixei de amar;

Sonhei ou deixei de sonhar;

Quando magoei ou quando me magoaram;

Se te enxerguei ou se fiquei cego e

Apático para as coisas que realmente devia ter visto...

Isso pouco me importa agora.

Estamos juntos e isso é o bastante.

A vida agora é mais clara, branca...

Como uma pétala caindo suave sobre o vento.

Sonhar, viver e amar não dói.

O que machuca é não conseguir realizar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Família feliz.




Naquela sala, há muito tempo só havia os escombros de uma família. Havia ainda pessoas mortas, ainda que vivas e respirando. Não se olhavam e nem sentiam mais nada uns pelos outros.Ali existia apenas a mentira misturando-se com a dor a todo tempo.Existia também Henrique, filho do meio do casal, resto de um casamento de ilusões e de muitos tapas na cara, costurando a linha do destino através das bebedeiras do pai, e da apatia da mãe em ver e deixar toda a situação acontecer.Os outros irmãos velavam o corpo do pai morto, como se tivesse sido o melhor pai do mundo; enquanto Henrique, só conseguia se lembrar através dos seus olhos de criança o que sentiu quando tomou o primeiro tapa na cara de seu pai.
Aquela família só existia mesmo no porta-retrato. Não conseguia sentir um pingo de pena em ver o corpo do pai dentro de um caixão, a mãe estava um poço de lamentos e lágrimas. Os irmãos no fundo tinham um misto de pena, raiva e ressentimento. Ele só conseguia sentir alívio de não ter que olhar para o pai cego nunca mais. De não ter que imaginar em que direção seus olhos de bêbado queria alcançar.Alívio, era a única e sucinta palavra que seu cérebro conseguia determinar o significado. Era o único sentimento que nutria em relação ao pai no caixão.
Pela janela, que a mãe acabara de fechar por causa do vento, todos conseguiam ver a chuva caindo e ouvir a voz gritante de uma tia do interior cortando o silêncio histérico que fazia na sala, dizia: "- Deve estar levando muitas saudades!". "- Deve sim!" Pensava Henrique. Saudade da casa que quebrara inúmeras vezes, do olho roxo que fizera em seu irmão menor, da surra que dava em sua mãe até o nariz sangrar... Devia estar levando muitas saudades sim.Saudade da tortura imposta a três crianças, que agora estavam libertas de seus fantasmas do passado.Só não conseguia entender o desespero da mãe.O porquê de tanto sofrimento.
Com os olhos vermelhos, os irmãos por parte de pai chegaram. Depois de mais de dez anos sem ver o pai, fizeram uma entrada triunfal. A irmã que deu o golpe no pastor da igreja universal, casando-se apenas por dinheiro, chegara agarrada aos filhos como uma boa samaritana, a outra que desfez o casamento do chefe e ainda casou-se com ele, tirara da bolsa um óculos escuros e deu um beijo na testa do cadáver, o irmão mais velho sacudiu a cabeça e pensou o mesmo que Henrique: " - O que estamos fazendo aqui?"
O que de mais engraçado existia ali era a figura da mãe. Tão melancólica que chegava a ser uma cena patética. Na hora de fechar o caixão se debruçou contra o corpo e gritava como uma cadela no cio. Devia estar sentido falta das porradas e das fraldas sujas de coco e mijo que tinha que trocar todos os dias de manhã logo depois que o pai teve glaucoma, diabetes, pneumonia, entre outras.Engolia antes mesmo do café.Devia sentir falta do papel de coitadinha e de protagonista de uma novela que nunca teve final feliz.Henrique olhava a cena aterrorizado, ao mesmo tempo em que na sua mente via as imagens de sua mãe sendo levada pro hospital, com sangue por todo o corpo, o nariz quebrado e desacordada.
Quando o caixão estava sendo enterrado, as pétalas sendo jogadas pelas pessoas mortas e vivas pensou ser o último capítulo daquela novela sem final feliz, onde tinha sido revelado o segredo do quem matou (nesse caso ele mesmo) e só lhe restava agora a cela fria, escura e novamente a solidão. Ao matar o pai, Henrique matou seu algoz, queria por fim definir sua personalidade.Vendo-lhe a vida escapar por entre os dedos.Faltava exterminar sua deficiência de viver entre as paredes do passado.Faltava-lhe alguém que apontasse o lado engraçado do drama humano.
Lá fora ainda ventava e chovia.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Apenas palavras soltas.


Tenho agora que arcar com as conseqüências dos meus atos. Preciso fazer isso para continuar caminhando.Tudo o que era antes, nunca voltará a ser.É como um cristal que se quebrou.Quem tem o poder de restaurá-lo?Minha consciência está ainda mais perdida no balé dos meus pensamentos e nas coreografias das minhas palavras. Essa angústia tão devastadora dentro do meu ser me faz viver do que já se foi e das coisas que fizemos juntos. Faz-me relembrar e voltar ao museu do cérebro para encontrar as recordações expostas nas paredes do passado do que fomos um dia. Isso são apenas palavras soltas de uma pessoa que não consegue decifrar o que é a vida sem amizade. Enfim, sinto falta do tempo em que éramos amigos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Soneto da Inexistência


Tuas palavras cortaram o meu ser
Destruíram meu coração e levaram minha vida
Nunca te terei de volta no meu presente ou futuro
Agora resta-me apenas a dor da perda.

Tenho que correr atrás do juízo perdido
Das pessoas que magoei e se foram com o tempo
Preciso voltar a ser gente e me reestruturar
Mas preciso principalmente voltar a sonhar.

Busco agora o sol incessantemente
Para que ele possa poetizar minha vida
Com frases feitas tatuando meu futuro.

Hoje sou um perdido animal na jaula,
Depois serei flor num enorme jardim
Esperando o momento de ser colhida.

Todo artista devia fazer terapia, ou então beber todos os dias.Só assim estariam revelados e relativamente apático as coisas da vida. Todo artista devia nascer louco e santo ao mesmo tempo. Mas nascemos todos chafurdados no pecado!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Repetitivamente repetitivo


Mergulhei bem fundo dentro de mim,
Encontrei um ser cansado e humano
Bem diferente do menino que sonhava.
No passado deixei um pouco de tudo,
Inclusive um pouco de mim.
Sempre me perdi das pessoas
E depois as encontrava totalmente diferentes.
Nunca dancei conforme a música, e nunca vou dançar.
Mas agora, somente tento entender a melodia
Para exorcizar os fantasmas dentro de mim.

Mergulhei, mas não sei nadar;
Não aprendi a me localizar,
Sei apenas que estou em alto mar
Sem nada para me comunicar.
Estou apenas tentando ser forte
Bebendo o dia
E vomitando a noite!

A cada dia mato os meus heróis e
Os enterro no jardim do tempo.
Eles levam um pouco da minha consciência e coerência
E me sugam o resto de alma,
De corpo só me restam às bactérias.
Sou sopro de um pecado conspirador em que
Vejo-me perdido na viajem ao futuro próximo.
Levo apenas a bagagem dos que não significaram nada,
E um pacote de pessoas previsíveis e inconstantes.
Mas mesmo assim eu levo.

Levo dor e pó,
Tristezas e alegrias falsas.
Levo pessoas e gente,
Não levo roupas, pois estou vestido de palavras.
Levo amor, poemas e poetas,
Areia e um resto significante
E insignificante ao mesmo tempo de vida.
Agarro-me nas ondas do meu mar de lamentações.
Me oponho, me ignoro, me mostro, me coloco contra a maré,
Me ergo e caio de novo,
Sempre aprendo a me levantar.


Te mostro que viver é bem mais revelador,
Emocionante e instigante quanto
Um abraço teu no meio de uma noite doentia.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Doses diárias





Para Dayane Simões


Meu peito está em fagulhas
E meu cérebro não consegue ter noção
De todos os meus pensamentos.
Quem eu sou?
Já me perdi tantas vezes pelos becos da vida
Que tenho muitos medos...
Medo de não conseguir me achar,
de não conseguir mais te achar,
De perder tudo o que amo,
Medo de sofrer sozinho, calado...
Medo de não ter você nunca mais.
Medo!
Como viver sem tua mão segurando a minha e indicando o caminho?
Sem teu coração, sem teu ombro para recostar?
Sonhei tanto, que de tanto não consigo acordar.
Vou juntando os meus caquinhos e me refazendo desse pesadelo.
Sou um insone do mundo, que de insônia e insônia
Vai construindo as paredes de uma vida
Onde as regras são quebradas a cada dez minutos.
Quando nasci,
Meus anjos regraram para mim
A regra de ser feliz,
Mas aí fui adotado pela tristeza
E sonhei com um mundo escuro
Em que o único som que existe é o do teu coração.
Quando resolvi viver,
A regra imposta era a de tentar,
Tentei tanto que não consigo parar.
Vou andando,
caminhando bem lento que nada consigo alcançar.
Quando me perdi em seus olhos e me achei em seu coração,
A regra, era a regra de ser tudo para sempre;
Mas para sempre é coisa infinita,
E o infinito é algo que não posso determinar.
Escrevendo agora, a regra era ser te amar,
Isso é a única coisa que sei fazer, mesmo que não
Exista o verbo em que possa conjugar a palavra reciprocidar.
Criada por mim e executada em pequenas doses diárias de você.
Meu peito está em fagulhas
E meu cérebro não consegue ter noção
De todos os meus pensamentos.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


Estou caminhando lentamente para o meu futoro.Reaprendendo a andar mesmo, como uma criança desesperada para correr.Sinto agora que meus passos estão mais seguros.E quando esse abismo acabar, estarei esperando você voltar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011


Ouvir de uma pessoa a frase: - "Não quero mais", é, e tem que ser entendível. O que não podemos entender é o silêncio por nada!

Te amo além das palavras e do coração.
Te amo porque nasci para isso,
para ser em você uma só alma.
Te amo sem palavras e só com emoção.
Te amo porque não sei amar em vão!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011



Nasci para ser grito.Para escandalizar, me mostrar.
Eu não entro. Empurro a porta mesmo, abro a força.
Assim, faço meu próprio caminho.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


A cada dia aprendo uma coisa nova nesse lugar que chamamos de mundo.Hoje aqui, parado e imóvel só consigo pensar em você.Mas já aprendi e desaprendi tantas vezes o que é amar, que te esqueço antes mesmo de conseguir me lembrar.

Me identifico mais com as coisas tristes do mundo, é verdade.A tristeza sempre me soou mais simpática que a alegria.Ser alegre toma muito tempo na vida.Para ser triste não! Basta acordar, abrir os olhos e me certificar de ainda estar vivo.

Não ousarei reclamar das coisas feitas por Deus através de MIM, homem e pecador. Apenas responderei que SIM, continuarei meu caminho e construirei minha cruz.

Felicidade é não viver, é não pensar.Não perder tempo com essa coisa de ser feliz.Isso é apenas para quem gosta de se machucar, torturar. Eu não, eu penso em ser triste mesmo, é mais fácil!

Eu prefiro a tua falsidade, a tua falta de vergonha na cara, o sarcasmo e o cinismo...Do que a sua apatia.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011


Procurando em todos os cantos intocáveis da minha vida miserável, uma forma de entender o que fui no passado, a degradação do que estou sendo no presente e a explosão lamentável que serei no futuro, se esse mesmo existir!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quem planta sonhos colhe incerteza e desilusões no futuro.
Todos os dias agora
tomo um gole de realidade quando acordo
visto minha fantasia de ser humano (cansado e triste)...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011



...Existo simplesmente pelo fato de você estar no universo
respiro somente para decifrar o teu cheiro
caminho sempre tentando encontrar teus passos...