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domingo, 21 de agosto de 2011

EU!




Eu bebo para ficar alegre.
Eu bebo para ficar triste.
Eu bebo para poder te ver.
Eu bebo para poder gritar,
para poder te enxergar,
te amar e me deixar.

Eu bebo para me salvar.
Eu bebo para me mostrar
e assim te mostrar
o que realmente tem sentido.
Pena que isso não sirva para nada;
você não serve de nada.

Eu choro para ficar alegre.
Eu choro para ficar triste.
Eu choro para poder te ver.
Eu choro para poder gritar.

E no depressivo do momento,
no rio das lagrimas de minhas lamentações,
eu estarei lá de mãos dadas com a morte
sempre amiga e serpente.

Eu sofro para chegar até você
Eu sofro para você me amar de novo.
Eu sofro para lembrar que amei você.

Hoje é o dia.

Chego ao rio.

Ela me espera.

Ela me olha.

Eu a olho.

Nós nos olhamos.

Ela me pega em seu colo,
me leva para dentro do rio.

Eu a beijo no rosto.

Ela me suga a língua.

Eu mordo seu lábio.

Ela me joga no rio.

Eu bebo.
Eu choro.
Eu sofro.
Eu morro.
Por você!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Adorei. Compactuo bastante com essa simetria, e principalmente com essa ciclicidade dentro do poema. Vira e mexe essas formas me permeiam a mente... Adorei mesmo! Vida longuíssima a ti.

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