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domingo, 16 de outubro de 2011

Picadeiro do mártir


É difícil desterrar o amor
Tirar de dentro e exterminar a dor.
É difícil extrair o pus de dentro da alma
Sonhar um sonho novo
Dentro dos pesadelos do outro.
É de forma sombria que se vive a vida
E se escuta o dia.
As conseqüências estão ai,
Postas a mesa
Como um cancro de alma
E um diabo na calma.
Foi cuspindo palavras que abri a porta
Da casa e fui entrando sem pedir licença.
Foi gritando que bebi a surdina
E cai na latrina da vida vazia
Da cachaça de todo dia
Eu brindo o futuro
Danço com a morte e faço da calma
A cama da alma,
A alma nua de uma pessoa pura
Onde pureza se marca com sangue, com lágrima e dor.
Vou brincando com a vida
Fazendo uma amarelinha do futuro
Desenhando as nuvens do céu
E pondo em prática o meu plano
De destruir a infância
Saboreando um devastador episódio
Da novela do ser humano.
Como os restos de análise como comida podre
Não consigo me acostumar com nada
Nem com a apatia de me ver eternamente
Apático a tudo que tenho sabedoria.
Eu lhe digo,
Pegue as ofensas, faça um misto de crença,
Bata tudo e beba como um licor que ofereça
Aos deuses, aos sem pudor, as putas, aos viados e os desvalidos.
Desavisados de um mundo sem pátria,
Desassossegados de um mundo sem cólera.
A grande trupe do picadeiro do mártir.
Um brinde!

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