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sábado, 29 de outubro de 2011

À deriva


Meu ser está completamente à deriva.
É tão difícil conseguir reconstruir meu pensamento
depois de toda essa confusão mental
pela qual transito nesse ciclo de vida!
Sinto saudade do que vivi no passado
e muito mais do que vivo no presente,
além da paura de viver o futuro.
Quando será que vou saborear um
longo período de felicidade fértil?
Não consigo me livrar dessa passionalidade
como forma de vida.
E assim vivo cada minuto de forma exacerbada
e por ser assim (minuto a minuto)
espero que o meu redor se transforme
em um clone de mim;
das minhas ações, emoções e sentimentos.
Não busco a felicidade efêmera,
preciso galgar minhas expectativas
em formas mais duradouras.
É necessário erguer as paredes do meu ser
em sentimentos mais desprovidos de sucesso.
Estou caminhando junto a solidão,
conversando com a desesperança e
beijando a boca da perturbação.
Tudo o que consigo enxergar e observar
entre essa minha capacidade de ser
um ser humano é essa falta das
pessoas em saber amar.
É tão avassalador pensar nessa angústia,
é tão relevante as palavras aqui expressadas
que se alguém um dia as for ler
não chegará ao final.
Cortei as pessoas como se corta um pulso,
sangrei meu coração como se cuida de um câncer,
me sugaram tanto, tantos os meus sentimentos,
como aqueles bêbados de um bar
de quinta categoria esperando a próxima pinga
imersos no vômito de suas imaginações perdidas.
Busco nos desalmados meu espectro de sobrevivência,
derramo sobre a noite todas as queixas
desses artistas que moram dentro da minha alma!
Artistas sem lugar para apresentação
e que já estão com o aluguel atrasado.
Eles apenas permanecem por constituírem
partes do que sou hoje.
Todos são metades de mim,
fragmentos de algo já em decomposição e
é a partir deles que espero a salvação
quando mergulhar no esquecimento.

Um comentário:

  1. Muito bom, cara. Seus poemas tb já me emocionaram um bocado, eles vêm lá do âmago... Eu sempre pego uns e anoto no pc pra depois ler com mais calma. Vc é f... E fiquei bolado com aquela parada de vergonha, cara... Espero que seja brincadeira...rs. Abraço, parceirinho, salve a poesia.

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