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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Da vida sem métrica




Para ouvir ao som da música “Saudade” de Marcelo Camelo


Hoje estou me sentindo como uma música triste... Lenta.
Nos dias de chuva meu coração fica molhado
E minha mente obscura como as nuvens do céu.
Sou o violão sendo dedilhado com força.

Não espero mais nada das pessoas,
Não espero que me retribuam o que lhes dou.
Vivo da minha consciência e só posso
Admitir que como uma pessoa que perde
Perco a cada segundo que meus olhos
Enxergam um olhar de reprovação.

Não estou escrevendo para cobrar nada a ninguém,
Nem mesmo atenção.
A única certeza que posso ter dessa vida
É a minha solidão... Companheira mais sincera.
Às vezes penso no que vai ficar de mim...
Tenho medo de ser apenas chuva passageira
Na cabeça das pessoas que amo ou que um dia amei.
Tenho medo de não ser... Amado.

Essa música não sai da minha cabeça,
Sua melodia inferniza o meu coração,
E a sua saudade me faz refletir sobre a poeira do tempo
Que está no meu cérebro e eu não consigo varrer
Para longe de mim.

Acho que por muito tempo vivi a vida dos outros
Que de tanto me doar
A minha vida própria de estagnou.

Se pudesse escolher não viveria num mundo de incertezas
Onde a lei da maldade é o que impera.
Queria viver num mundo onde a lei seria amar
Amar incondicionalmente...
Amar...
Como se o amor fosse um cristal muito caro
E por isso fosse um perigo muito sério deixá-lo cair no chão.

Sinto ter que escrever, pois com certeza alguém vai ler
Essas palavras que deveriam ficar guardadas nas gavetas
Das poesias não escritas de minhas mãos sem digital.


Não consigo entender o ser que sou
E entender porque mesmo feliz triste eu sou.
É duro ter que colocar a cabeça no travesseiro com
A certeza de que no dia seguinte eu vou acordar.
E por mais que minhas frases sejam soltas e não tenham uma métrica
Cansei de ouvir que frases feitas não vão mudar o mundo.
Então só posso mudar o que penso e tentar...
TENTAR mudar o que apenas posso consertar.

Nesses dias de chuva só posso consertar
O concerto triste que habita meu coração
E me faz pensar no cérebro como algo que tem RAZÃO.

Um comentário:

  1. Parabéns, meu caro. Adorei as poesias. Faço votos que o mundo continue contemplando talentos como o seu, e que verdadeiros poetas deem sempre lugar às "coisas que vêm de dentro", msm num mundo onde ser "in" é ser um "out coletivo"...

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