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quarta-feira, 2 de março de 2011

Doses diárias





Para Dayane Simões


Meu peito está em fagulhas
E meu cérebro não consegue ter noção
De todos os meus pensamentos.
Quem eu sou?
Já me perdi tantas vezes pelos becos da vida
Que tenho muitos medos...
Medo de não conseguir me achar,
de não conseguir mais te achar,
De perder tudo o que amo,
Medo de sofrer sozinho, calado...
Medo de não ter você nunca mais.
Medo!
Como viver sem tua mão segurando a minha e indicando o caminho?
Sem teu coração, sem teu ombro para recostar?
Sonhei tanto, que de tanto não consigo acordar.
Vou juntando os meus caquinhos e me refazendo desse pesadelo.
Sou um insone do mundo, que de insônia e insônia
Vai construindo as paredes de uma vida
Onde as regras são quebradas a cada dez minutos.
Quando nasci,
Meus anjos regraram para mim
A regra de ser feliz,
Mas aí fui adotado pela tristeza
E sonhei com um mundo escuro
Em que o único som que existe é o do teu coração.
Quando resolvi viver,
A regra imposta era a de tentar,
Tentei tanto que não consigo parar.
Vou andando,
caminhando bem lento que nada consigo alcançar.
Quando me perdi em seus olhos e me achei em seu coração,
A regra, era a regra de ser tudo para sempre;
Mas para sempre é coisa infinita,
E o infinito é algo que não posso determinar.
Escrevendo agora, a regra era ser te amar,
Isso é a única coisa que sei fazer, mesmo que não
Exista o verbo em que possa conjugar a palavra reciprocidar.
Criada por mim e executada em pequenas doses diárias de você.
Meu peito está em fagulhas
E meu cérebro não consegue ter noção
De todos os meus pensamentos.

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