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sexta-feira, 11 de março de 2011

Repetitivamente repetitivo


Mergulhei bem fundo dentro de mim,
Encontrei um ser cansado e humano
Bem diferente do menino que sonhava.
No passado deixei um pouco de tudo,
Inclusive um pouco de mim.
Sempre me perdi das pessoas
E depois as encontrava totalmente diferentes.
Nunca dancei conforme a música, e nunca vou dançar.
Mas agora, somente tento entender a melodia
Para exorcizar os fantasmas dentro de mim.

Mergulhei, mas não sei nadar;
Não aprendi a me localizar,
Sei apenas que estou em alto mar
Sem nada para me comunicar.
Estou apenas tentando ser forte
Bebendo o dia
E vomitando a noite!

A cada dia mato os meus heróis e
Os enterro no jardim do tempo.
Eles levam um pouco da minha consciência e coerência
E me sugam o resto de alma,
De corpo só me restam às bactérias.
Sou sopro de um pecado conspirador em que
Vejo-me perdido na viajem ao futuro próximo.
Levo apenas a bagagem dos que não significaram nada,
E um pacote de pessoas previsíveis e inconstantes.
Mas mesmo assim eu levo.

Levo dor e pó,
Tristezas e alegrias falsas.
Levo pessoas e gente,
Não levo roupas, pois estou vestido de palavras.
Levo amor, poemas e poetas,
Areia e um resto significante
E insignificante ao mesmo tempo de vida.
Agarro-me nas ondas do meu mar de lamentações.
Me oponho, me ignoro, me mostro, me coloco contra a maré,
Me ergo e caio de novo,
Sempre aprendo a me levantar.


Te mostro que viver é bem mais revelador,
Emocionante e instigante quanto
Um abraço teu no meio de uma noite doentia.

Um comentário:

  1. Adoreeeei seu poema, tocante!
    Vc com certeza sabe usar bem as palavras e seus significados.. Passa sentimento por elas. Parabéns :)

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