
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
EXTREMOS

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Estudo da felicidade

Quero apenas conseguir vive-la
De forma inesperada
Onde possa correr contra o vento e
Sentir as gotas da chuva em meu corpo.
Queria entender as pessoas
E o modo como veem o amor.
Queria ouvir de uma qualquer eu te amo
Mas que fosse um eu te amo sincero
E não cheio de mágoas.
Queria um amigo presente
Mesmo que fosse em forma de pensamento.
Queria ouvir uma música
E me lembrar dos momentos bons que vivi.
Queria sentar somente para
Olhar a vida seguir o seu rumo.
Queria ter uma lista de pessoas
Que já passaram pelo meu caminho;
A partir dela saberia quem realmente me marcou.
Queria correr em câmera lenta
Para lugar nenhum...
Ou então sair desesperado para te encontrar
Mesmo que não saiba seu endereço.
Queria perdoar quem me fez mal,
Mas não consigo esquecer o tempo.
E infelizmente o tempo não volta.
Olho-me no espelho e a cada segundo
Vejo como era importante ter usado filtro solar, pois.
Cada ruga representa uma desilusão
E olha que são muitas.
No meu epitáfio vou escrever
Que deveria na verdade ter amado
Mais o que estava ao meu alcance,
Mas como uma águia sempre esperei o longe.
Nos epitáfios alheios escreverei como foi bom amar,
Não que seja um romântico a moda antiga
Mas que eu seja sim alguém com capacidade
Suficiente de reconhecer o que é o amor.
E que eu não ame apenas da boca para fora
Mas de boca para boca
De alma para alma
De coração para cérebro.
Quando me sentar para ver as estrelas
Saberei que chegou a hora de levantar voo
Levarei comigo apenas a sensação de ter esperado,
Esperei tanto que nesse misto de sabores
Chegadas e partidas
Beijos e beijocas
Sonhos e sonetos
Sempre esperei que realmente alguém
Bateria em minha porta
Com um sorriso escancarado de dentes e
Livrar-me-ia da apatia de
Sentar aos domingos a frente da TV
Para assistir há um programa qualquer
Apenas para completar o buraco da sua ausência
Mas me vejo transfigurado nas imagens
Do meu ser
E não consigo me reconhecer entre o aço e o vidro.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Poema curto III

terça-feira, 8 de novembro de 2011
Poema curto II

sábado, 29 de outubro de 2011
À deriva

Meu ser está completamente à deriva.
domingo, 16 de outubro de 2011
Picadeiro do mártir

É difícil desterrar o amor
Tirar de dentro e exterminar a dor.
É difícil extrair o pus de dentro da alma
Sonhar um sonho novo
Dentro dos pesadelos do outro.
É de forma sombria que se vive a vida
E se escuta o dia.
As conseqüências estão ai,
Postas a mesa
Como um cancro de alma
E um diabo na calma.
Foi cuspindo palavras que abri a porta
Da casa e fui entrando sem pedir licença.
Foi gritando que bebi a surdina
E cai na latrina da vida vazia
Da cachaça de todo dia
Eu brindo o futuro
Danço com a morte e faço da calma
A cama da alma,
A alma nua de uma pessoa pura
Onde pureza se marca com sangue, com lágrima e dor.
Vou brincando com a vida
Fazendo uma amarelinha do futuro
Desenhando as nuvens do céu
E pondo em prática o meu plano
De destruir a infância
Saboreando um devastador episódio
Da novela do ser humano.
Como os restos de análise como comida podre
Não consigo me acostumar com nada
Nem com a apatia de me ver eternamente
Apático a tudo que tenho sabedoria.
Eu lhe digo,
Pegue as ofensas, faça um misto de crença,
Bata tudo e beba como um licor que ofereça
Aos deuses, aos sem pudor, as putas, aos viados e os desvalidos.
Desavisados de um mundo sem pátria,
Desassossegados de um mundo sem cólera.
A grande trupe do picadeiro do mártir.
Um brinde!
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
F.U.I

Sou passional sim em tudo o que faço.
Assumo, não precisa você me dizer!
Enquanto viver, estarei nessa minha qualidade passional de ser.
Farei da vida um grito de dor, posse ou de dentro da alma mesmo.
Se tiver que te bater ou me bater
Farei da minha capacidade de brigar uma das melhores coisas em mim.
Quem acabou com a minha vida foi você
O melhor foi me reerguer e te encontrar na sarjeta, nesse
Teu jeito desinteressante de viver, carregada de ilusões perdidas
De amores não vividos, ou então vividos
Da maneira mais sórdida, mesquinha e trocando em miúdos
Todas as traições discutidas com a boca suja de café.
Não estou mais aqui para entender
O que você quer me dizer e eu tenho que ouvir calado.
Você não passa de uma bonequinha de trapo
Sendo manipulado pelos que estão perto de você.
Longe, hoje, consigo ver que o sentimento mais puro
Que tenho em relação a você é pena.
Pena desse teu orgulho besta,
Desta tua orgia de sentimentos convencionais
Desse teu beijo frio
E dessa tua desesperança de ser alguém,
Deixando de ser você mesma para viver
O que os outros querem.
Não peço perdão por não estar errado,
Dessa vez sou eu que vou te esperar,
Falar na tua cara tudo o que penso,
E sair por cima da carne seca.
Nunca mais vai colocar sobre os meus ombros
As suas culpas.
Hoje sou melhor, mais ativo.
Pena você estar louca
E deixar o amor que sinto por você
Acabar dessa forma.
Vai então um conselho:
Viva essa tua merda de vida sem mim!
ACABOU
Com letra maiúscula para realmente
Não ter volta.
Não me arrependo de nada,
Nem dos momentos ruins ao teu lado.
Passou.
Éramos como um câncer,
Descobri rápido e graças a Deus
Fiz uma boa sessão de quimioterapia.
Fui.
domingo, 21 de agosto de 2011
EU!

Eu bebo para ficar alegre.
Eu bebo para ficar triste.
Eu bebo para poder te ver.
Eu bebo para poder gritar,
para poder te enxergar,
te amar e me deixar.
Eu bebo para me salvar.
Eu bebo para me mostrar
e assim te mostrar
o que realmente tem sentido.
Pena que isso não sirva para nada;
você não serve de nada.
Eu choro para ficar alegre.
Eu choro para ficar triste.
Eu choro para poder te ver.
Eu choro para poder gritar.
E no depressivo do momento,
no rio das lagrimas de minhas lamentações,
eu estarei lá de mãos dadas com a morte
sempre amiga e serpente.
Eu sofro para chegar até você
Eu sofro para você me amar de novo.
Eu sofro para lembrar que amei você.
Hoje é o dia.
Chego ao rio.
Ela me espera.
Ela me olha.
Eu a olho.
Nós nos olhamos.
Ela me pega em seu colo,
me leva para dentro do rio.
Eu a beijo no rosto.
Ela me suga a língua.
Eu mordo seu lábio.
Ela me joga no rio.
Eu bebo.
Eu choro.
Eu sofro.
Eu morro.
Por você!
Citação.

quarta-feira, 13 de julho de 2011
Desejos alheios da realidade

Essa minha mania de
Sempre trocar os pés pelas mãos.
Essa minha inconstante
Certeza de sempre fazer a coisa errada.
Essa explosão de sentimentos e sentidos
Que se tornou o meu cérebro.
Espero muito do ser humano,
Sempre me esqueço que ele
Também é racional e
Dia menos dia vai errar e me magoar também.
É como um clone dos meus piores desejos.
Tiro essa força de viver
Das pessoas que me cercam
Mesmo que elas não entendam isso,
Não entendam esse amor que muitos acham exacerbado.
Poderão dizer até que é um
Objeto de possessão
Como se meus pensamentos
Fossem alheios a realidade pela qual transito.
Nunca deixarei de amar,
Pelo simples fato de o meu amor
Não ser reconhecido pelos meus.
Na realidade a palavra AMIGO diz muito
Mais sobre mim
Do que uma noite fria cinza e chuvosa
Pode falar sobre nós dois.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Da vida sem métrica

Hoje estou me sentindo como uma música triste... Lenta.
Nos dias de chuva meu coração fica molhado
E minha mente obscura como as nuvens do céu.
Sou o violão sendo dedilhado com força.
Não espero mais nada das pessoas,
Não espero que me retribuam o que lhes dou.
Vivo da minha consciência e só posso
Admitir que como uma pessoa que perde
Perco a cada segundo que meus olhos
Enxergam um olhar de reprovação.
Não estou escrevendo para cobrar nada a ninguém,
Nem mesmo atenção.
A única certeza que posso ter dessa vida
É a minha solidão... Companheira mais sincera.
Às vezes penso no que vai ficar de mim...
Tenho medo de ser apenas chuva passageira
Na cabeça das pessoas que amo ou que um dia amei.
Tenho medo de não ser... Amado.
Essa música não sai da minha cabeça,
Sua melodia inferniza o meu coração,
E a sua saudade me faz refletir sobre a poeira do tempo
Que está no meu cérebro e eu não consigo varrer
Para longe de mim.
Acho que por muito tempo vivi a vida dos outros
Que de tanto me doar
A minha vida própria de estagnou.
Se pudesse escolher não viveria num mundo de incertezas
Onde a lei da maldade é o que impera.
Queria viver num mundo onde a lei seria amar
Amar incondicionalmente...
Amar...
Como se o amor fosse um cristal muito caro
E por isso fosse um perigo muito sério deixá-lo cair no chão.
Sinto ter que escrever, pois com certeza alguém vai ler
Essas palavras que deveriam ficar guardadas nas gavetas
Das poesias não escritas de minhas mãos sem digital.
Não consigo entender o ser que sou
E entender porque mesmo feliz triste eu sou.
É duro ter que colocar a cabeça no travesseiro com
A certeza de que no dia seguinte eu vou acordar.
E por mais que minhas frases sejam soltas e não tenham uma métrica
Cansei de ouvir que frases feitas não vão mudar o mundo.
Então só posso mudar o que penso e tentar...
TENTAR mudar o que apenas posso consertar.
Nesses dias de chuva só posso consertar
O concerto triste que habita meu coração
E me faz pensar no cérebro como algo que tem RAZÃO.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Poesia das coisas soltas de um poema sem dor

Sugado pelas coisas,
Inebriado por suas pernas como paisagem.
Era como se todos os olhos estivessem com suas retinas
Pairando sobre meu rosto que
Também olhava fixamente para um ponto distante daqui
Desse futuro medonho, estranho e quase interminável.
Sou de uma solidão tão inconstante
Que dos cantos onde guardei o mundo
Só restou a poeira da minha fatigada dor.
Seguro o peso do mundo sobre minhas costas
E ele nem paga o aluguel.
O que enxergo é algo que as pessoas não podem ver
Meu sentimento é escrotamente intenso,
Não sou vulnerável e nem minto o que não se pode ser omitido.
Desejo apenas um mundo confiável,
Uma pessoa de portas, mentes e corpo aberto.
Além disso, quero ser como a brisa leve do vento,
Uma dose forte de conhaque,
E ter a força de um espumante para continuar sobrevivendo...
E bebendo...
E sonhando...
E amando...
E amargando...
E beijando...
E correndo...
E me conhecendo!
terça-feira, 14 de junho de 2011
PONTO FINAL.

Tudo na minha vida é muito intenso,
E por essa intensidade toda,
Torna-se um pouco cruel e devastador
Pensar em felicidade.
Acho que vou com muita sede ao pote,
Mas às vezes me esqueço que o meu próprio pote
É raso demais para absorver tudo o que querem me dar.
Hoje estou jogando muita coisa pra fora de mim,
Fazendo uma limpeza mesmo
Varrendo pra debaixo do tapete da alma
Um pouco de carinho, de afeto, de esperança, de palavras, de amor...
Escrevo o que as pessoas não gostariam de ler,
Escrevo como se fossem quebrar os meus dedos e aprisionar os meus sonhos.
Minhas palavras caem em cima das pessoas,
Como um turbilhão de pensamentos incansáveis.
Como fazer dessas frases soltas
Algo construtivo, ser um humano construtor de
Emoções, que a flor da pele fariam de você
A pessoa certa para estar ao meu lado.
Isso é loucura de jogar nas pessoas
As coisas que eu gostaria de gritar
É como um cancro devastador
De um câncer maligno que nunca vai melhorar.
Sou um ser humano feito de palavras e amor
Sou um pensador que vive das esperanças ocultas
De alguém que sabe o gosto de tentar e conhece
O sabor amargo de ter que desistir.
Quero apenas poder dizer que amor
É feito violão sendo dedilhado
Pelas mãos do autor de uma canção
Onde cada nova sensação vira nota
Escandalizada pela sinfonia da ilusão.
Todos nós somos poetas de um mundo devastado,
Sombras de alguém que já venceu.
Eu não gosto de nada...
Não gosto de ter que virar a cara para
Reverenciar as conveniências repletas de maus tratos
De quem nem senso tem.
Nesse caso nem eu...
Hoje sou uma página em branco
Sublinhada de títulos provisórios
Que em suas entrelinhas,
Só se escreverão frases de rancor, dor e ódio.
Não adianta poetizar o mundo e todos os dias trair as pessoas.
Ponto final.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Poesia

Logo quero ser poeta,
Escrever frases feitas, porém perfeitas
Dentro do meu coração.
Quero ser poeta de um mundo solitário
De poesias inconstantes.
Quero ouvir minhas palavras
Saindo da tua boca.
Esse amor é feito navalha cortando meu peito,
Deixando-o como um espelho
Que se quebrou... Pedaços.
Apenas o que sinto agora
É um sentimento de liberdade
Por isso estou apenas tentando viver
Para correr contra o vento e num dia de chuva
Sentir sua água passeando sobre a minha pele
Como se fosse as suas mãos transitando em meu corpo.
Isso é sonho e tudo o que é sonho e meu, pois
As palavras se vão com o tempo...
Não sou poeta!
Sou um escritor dos meus pensamentos
Escrevo inspirado em alguém;
Sou apenas humano, já me perdi do Ser
Mas ainda acredito no que posso vir a ser.
Vivo então tentando,
Não ser o melhor do mundo... Mas do infinito.
Infelizmente sou finito... Um átomo.
Sou pequeno por fora, mas sinto a grande importância
Que represento para mim mesmo por dentro.
Não, não quero ser eternamente correto,
Quero ser politicamente poético.
A minha poesia sou eu
Transcrito letra por letra
Numa folha de papel, antes em branco,
E agora serve de rascunho para o
Ballet dos meus pensamentos.
Sou poeta porque quero ser,
Nasci para poetizar o mundo.
Apenas a poesia poderá concertá-lo.
Sou uma angústia em forma de correção.
Amo sempre o que é longe e escuro,
Exatamente o que sou?
Sou um poeta do amor,
Escrevo sempre pela dor da espera.
Espero tanto que me dá medo
De nunca encontrar a poesia certa
Para rimar com o meu coração.
Amo a poesia porque amo a flor
Amo a dor
Amo essa espera.
Sou poeta do mundo,
Onde as letras se perderam
Onde alguém as encontrou.
Sou poeta onde o rio corre contra a maré
E me leva para longe dos meus versos
Das minhas frases irônicas.
Um dia vou encontrá-las de novo
E aí serei poeta das minhas próprias poesias.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Erroneamente errado!

sexta-feira, 25 de março de 2011
O lado bom de continuar

quarta-feira, 23 de março de 2011
Família feliz.

Aquela família só existia mesmo no porta-retrato. Não conseguia sentir um pingo de pena em ver o corpo do pai dentro de um caixão, a mãe estava um poço de lamentos e lágrimas. Os irmãos no fundo tinham um misto de pena, raiva e ressentimento. Ele só conseguia sentir alívio de não ter que olhar para o pai cego nunca mais. De não ter que imaginar em que direção seus olhos de bêbado queria alcançar.Alívio, era a única e sucinta palavra que seu cérebro conseguia determinar o significado. Era o único sentimento que nutria em relação ao pai no caixão.
Pela janela, que a mãe acabara de fechar por causa do vento, todos conseguiam ver a chuva caindo e ouvir a voz gritante de uma tia do interior cortando o silêncio histérico que fazia na sala, dizia: "- Deve estar levando muitas saudades!". "- Deve sim!" Pensava Henrique. Saudade da casa que quebrara inúmeras vezes, do olho roxo que fizera em seu irmão menor, da surra que dava em sua mãe até o nariz sangrar... Devia estar levando muitas saudades sim.Saudade da tortura imposta a três crianças, que agora estavam libertas de seus fantasmas do passado.Só não conseguia entender o desespero da mãe.O porquê de tanto sofrimento.
Com os olhos vermelhos, os irmãos por parte de pai chegaram. Depois de mais de dez anos sem ver o pai, fizeram uma entrada triunfal. A irmã que deu o golpe no pastor da igreja universal, casando-se apenas por dinheiro, chegara agarrada aos filhos como uma boa samaritana, a outra que desfez o casamento do chefe e ainda casou-se com ele, tirara da bolsa um óculos escuros e deu um beijo na testa do cadáver, o irmão mais velho sacudiu a cabeça e pensou o mesmo que Henrique: " - O que estamos fazendo aqui?"
O que de mais engraçado existia ali era a figura da mãe. Tão melancólica que chegava a ser uma cena patética. Na hora de fechar o caixão se debruçou contra o corpo e gritava como uma cadela no cio. Devia estar sentido falta das porradas e das fraldas sujas de coco e mijo que tinha que trocar todos os dias de manhã logo depois que o pai teve glaucoma, diabetes, pneumonia, entre outras.Engolia antes mesmo do café.Devia sentir falta do papel de coitadinha e de protagonista de uma novela que nunca teve final feliz.Henrique olhava a cena aterrorizado, ao mesmo tempo em que na sua mente via as imagens de sua mãe sendo levada pro hospital, com sangue por todo o corpo, o nariz quebrado e desacordada.
Quando o caixão estava sendo enterrado, as pétalas sendo jogadas pelas pessoas mortas e vivas pensou ser o último capítulo daquela novela sem final feliz, onde tinha sido revelado o segredo do quem matou (nesse caso ele mesmo) e só lhe restava agora a cela fria, escura e novamente a solidão. Ao matar o pai, Henrique matou seu algoz, queria por fim definir sua personalidade.Vendo-lhe a vida escapar por entre os dedos.Faltava exterminar sua deficiência de viver entre as paredes do passado.Faltava-lhe alguém que apontasse o lado engraçado do drama humano.
Lá fora ainda ventava e chovia.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Apenas palavras soltas.

segunda-feira, 14 de março de 2011
Soneto da Inexistência
Destruíram meu coração e levaram minha vida
Nunca te terei de volta no meu presente ou futuro
Agora resta-me apenas a dor da perda.
Tenho que correr atrás do juízo perdido
Das pessoas que magoei e se foram com o tempo
Preciso voltar a ser gente e me reestruturar
Mas preciso principalmente voltar a sonhar.
Busco agora o sol incessantemente
Para que ele possa poetizar minha vida
Com frases feitas tatuando meu futuro.
Hoje sou um perdido animal na jaula,
Depois serei flor num enorme jardim
Esperando o momento de ser colhida.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Repetitivamente repetitivo

Encontrei um ser cansado e humano
Bem diferente do menino que sonhava.
No passado deixei um pouco de tudo,
Inclusive um pouco de mim.
Sempre me perdi das pessoas
E depois as encontrava totalmente diferentes.
Nunca dancei conforme a música, e nunca vou dançar.
Mas agora, somente tento entender a melodia
Para exorcizar os fantasmas dentro de mim.
Mergulhei, mas não sei nadar;
Não aprendi a me localizar,
Sei apenas que estou em alto mar
Sem nada para me comunicar.
Estou apenas tentando ser forte
Bebendo o dia
E vomitando a noite!
A cada dia mato os meus heróis e
Os enterro no jardim do tempo.
Eles levam um pouco da minha consciência e coerência
E me sugam o resto de alma,
De corpo só me restam às bactérias.
Sou sopro de um pecado conspirador em que
Vejo-me perdido na viajem ao futuro próximo.
Levo apenas a bagagem dos que não significaram nada,
E um pacote de pessoas previsíveis e inconstantes.
Mas mesmo assim eu levo.
Levo dor e pó,
Tristezas e alegrias falsas.
Levo pessoas e gente,
Não levo roupas, pois estou vestido de palavras.
Levo amor, poemas e poetas,
Areia e um resto significante
E insignificante ao mesmo tempo de vida.
Agarro-me nas ondas do meu mar de lamentações.
Me oponho, me ignoro, me mostro, me coloco contra a maré,
Me ergo e caio de novo,
Sempre aprendo a me levantar.
Te mostro que viver é bem mais revelador,
Emocionante e instigante quanto
Um abraço teu no meio de uma noite doentia.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Doses diárias

Para Dayane Simões
Meu peito está em fagulhas
E meu cérebro não consegue ter noção
De todos os meus pensamentos.
Quem eu sou?
Já me perdi tantas vezes pelos becos da vida
Que tenho muitos medos...
Medo de não conseguir me achar,
De perder tudo o que amo,
Medo de sofrer sozinho, calado...
Medo de não ter você nunca mais.
Medo!
Como viver sem tua mão segurando a minha e indicando o caminho?
Sem teu coração, sem teu ombro para recostar?
Sonhei tanto, que de tanto não consigo acordar.
Vou juntando os meus caquinhos e me refazendo desse pesadelo.
Sou um insone do mundo, que de insônia e insônia
Vai construindo as paredes de uma vida
Onde as regras são quebradas a cada dez minutos.
Quando nasci,
Meus anjos regraram para mim
A regra de ser feliz,
Mas aí fui adotado pela tristeza
E sonhei com um mundo escuro
Em que o único som que existe é o do teu coração.
Quando resolvi viver,
A regra imposta era a de tentar,
Tentei tanto que não consigo parar.
Vou andando,
caminhando bem lento que nada consigo alcançar.
Quando me perdi em seus olhos e me achei em seu coração,
A regra, era a regra de ser tudo para sempre;
Mas para sempre é coisa infinita,
E o infinito é algo que não posso determinar.
Escrevendo agora, a regra era ser te amar,
Isso é a única coisa que sei fazer, mesmo que não
Exista o verbo em que possa conjugar a palavra reciprocidar.
Criada por mim e executada em pequenas doses diárias de você.
Meu peito está em fagulhas
E meu cérebro não consegue ter noção
De todos os meus pensamentos.